Outros poemas

Esta semana o Mário teve que levar para a escola um poema , mas lembrou-se disso só na 5ª feira à noite , já tarde.
A lutar contra o cansaço , pus-me à procura de poemas ...

Todo o Poema , de Jorge Reis Sá

Todo o poema é circunstância de um tempo e de um lugar.
Todo o poema é memória dessa ciscunstância.
Todo o poema é memória de um tempo e de um lugar.
Todo o poema é memória.

E veio-me à memória um livro escrito pelo meu pai : “Fernando Pessoa no cinquentenário da sua morte” , que resolvi folhear de novo , pois é também um livro de memórias de meu pai.

Deliciei-me com uma carta dirigida por Fernando Pessoa ao meu pai ( pág. 33 ) , quando este lhe pediu para analisar uns poemas que mais tarde , em 1932 , viria a editar , com prefácio do grande poeta português.



Neste livro , o meu pai conta a história “poética” de Fernando Pessoa com a Coca-Cola ( págs. 51 a 53 ), produto que na época o meu avô agenciava em Portugal e que devido ao "slogan" do poeta ( que era correspondente / tradutor no escritório comercial do meu avô e exímio em “slogans” de propaganda comercial ) “ Primeiro estranha-se , depois entranha-se “ foi proibido pela Direcção de Saúde ( na pessoa do Dr. Ricardo Jorge ) e deitado todo o lote existente ao mar , voltando a ser comecializado no nosso País apenas após o 25 de Abril.
Algumas das razões apontadas para apreender o produto e proibir a sua importação eram as seguintes : “ se do produto faz parte a Coca , da qual é extraído um estupefaciente , a cocaína , a mercadoria não podia ser vendida ao público , para não intoxicar ninguém ; mas se o produto não tem Coca , então enunciá-lo com esse nome para o vender seria burla , o que igualmente justificava que ele não fosse permitido no mercado”.

É uma história que gosto sempre de reler , até porque hoje em dia esta frase anda nas bocas do mundo , inclusive num spot de televisão , o que para mim é simplesmente estranho.