quinta-feira, junho 01, 2006

Dia da criança

Neste dia eu ia sempre com os meus pais e o meu irmão Miguel jantar à Feira Popular , para depois andarmos no comboio fantasma e tudo o mais a que tínhamos direito ( menos a montanha russa da qual nunca fui fã ).
Lembro-me que as rifas sempre foram uma predilecção da minha mãe e também minha e , de vez em quando, lá nos calhava um escadote e umas coisas assim para o dificil de transportar.
Para o meu pai tudo quanto fosse mais esotérico era o que o atraía ou então a sala de espelhos onde se divirtia e nos fazia rir até nos doer a barriga.
Depois , nunca falhava o café no Café do Preto, a fartura e o algodão doce, é claro.
Os dias da minha infância foram todos muito completos , muito felizes , mas este era aquele que tinha um nome e que era sempre parecido.


Mais tarde , depois do nascimento do Mário , fizémos questão em continuar a tradição e , então , neste dia lá íamos os quatro ( o Mário passou a substituir o Miguel ), por vezes os cinco ( sempre que o Carlos podia ) .
Já se comia pior , as atracções estavam mais decadentes e tudo perdia o fascínio , mas mesmo assim quis passar ao Mário um pouco daquilo que eu também vivi com tanta alegria e , para ele , este dia também já não podia passar sem uma visita à Feira Popular na nossa companhia.
Entretanto a feira fechou . O meu pai partiu. O Mário já não é criança.
Mas aqueles dias da criança já ninguém nos tira e nós podemos ser crianças sempre que quisermos :)

PS : Depois de ler este texto ao Mário , ele comentou : "... e também comia caracóis com o meu pai" - é verdade , mas este era um ritual que eu não partilhava( grrrr...).

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