sábado, outubro 03, 2009

Castas&Pratos ( e outras coisas, por esse rio acima e abaixo )

É um restaurante / wine bar / lounge / gourmet , daqueles onde convém não ir sem previamente reservar mesa.
Eu e quem me acompanhava arriscámos e não ficámos à porta . Era uma 2ª feira...
Fomos muito bem recebidos e ali ficámos um bom par de horas a disfrutar de sabores portugueses requintados . As entradas , que são individuais , não resistimos a dividi-las ( o que causou estranheza nas mesas à volta ) para provar um pouco de cada uma : açorda de alheira , crepe de queijo “chèvre” e revolto ( ovos mexidos ) de cogumelos. Os meus companheiros pediram posta e bacalhau , mas eu fui para o Magret de Pato que estava delicioso.
A acompanhar a refeição não optámos por um vinho tinto da região,mas por um branco . O Carlitos e eu gostamos muito do Grandjó Late Harvest , um vinho feito de uva já passada que é extremamente doce ,mas era mesmo isso que nos apetecia , bem fresquinho , apesar do chefe de sala ter ficado bastante admirado e até com uma certa dúvida sobre se saberíamos o que estávamos a pedir. Sabíamos sim e era aquilo mesmo que nos apetecia e que nos soube tão bem :) Talvez para a próxima, deixe a questão do vinho ao critério de quem nos servir para ver se sou surpreendida.
E quem passar pela Régua , não deve deixar de tentar conhecer este espaço, nem que seja com uma breve passagem pelo bar de vinhos :/
Fica logo à entrada de quem se dirige ao centro da Régua , junto à estação de comboios , que preserva a construção original de armazéns em madeira onde se guardava a mercadoria que chegava nas várias carruagens de carga, a fazer-me recordar momentos da minha infância quando ia com a Idalina à estação do Rêgo buscar sacas de batata e solhas secas que, por esta altura do ano , chegavam de Seixas do Minho , enviadas pelos seus familiares :)




E antes deste belo almoço , percorremos o rio Douro , de Resende a Valença do Douro ( o percurso até à Régua é que foi pior ) , para conhecermos as instalações da Quinta de Nápoles , famosa pelos vinhos Nieport.





Pode até parecer que estávamos de férias ,mas o caso não foi mesmo esse. Era uma visita técnica necessária e , de véspera , estivemos em concerto com os GNR em Resende , nas Festas da Labareda e ninguém me soube dizer porque razão se comemora a labareda.
Tive que vir à net tentar perceber e dei com esta explicação no site da Câmara Municipal ...

No dia 29 de Setembro de cada ano celebrava-se, desde tempos que a memória desconhece, a Feira Anual de S. Miguel: primeiro nos enormes e frondosos soutos do lugar de Vinhós, antiga sede do Concelho; depois, no lugar da Feira, na nova Vila de Resende.
O dia de S. Miguel Arcanjo marcava antigamente, e ainda marca hoje, o final das colheitas agrícolas e a mudança de caseiros: um caseiro deixava uma quinta (por não querer mais "fazê-la" ou por ter sido despedido pelo patrão) e outro tomava conta dela. Por essa razão, e porque era preciso avaliar os animais da quinta, vendê-los ou comprá-los, se realizava em cada ano, no dia certo, a Feira de S. Miguel.
E, porque o dia de S. Miguel Arcanjo é quase sempre um dia da semana que não o Domingo, impunha-se que tal dia se tornasse o feriado municipal, para que todos pudessem participar na feira. Tal decisão acabou por transformar a feira numa festa – a festa do Concelho.
Nos meados do século passado, alguns funcionários na Câmara Municipal quiseram ampliar a festa, levando a efeito, no pátio da antiga Câmara ou Largo do Concelho, uma noitada com luzes, fogo de artifício e baile popular. No ano seguinte, tendo a noitada sido um êxito e sendo exíguo o pátio da antiga Câmara, mudou-se a festa para o Jardim Municipal e, começando as noites de fim de Setembro a ficar frias e escuras, os promotores da festa decidiram acender fogueiras no meio do Jardim Municipal.
Todo o povo achou graça às tais fogueiras e, sem ordem ou conselho de ninguém, passou a chamar às festas do concelho, "Festa das Labaredas". A passagem das labaredas das fogueiras para as labaredas dos corações foi quase imediata, já se vê: os poetas populares não demoraram a fazer quadras de amor e os namorados não tardaram a mandá-las uns aos outros, durante o bailarico e a noitada.
"Labareda, labareda,
Como tu nos fazes bem!
Não deixes que a minha eleita
Dê beijos a mais ninguém!"

Dr. Joaquim Correia Duarte, in Jornal do Douro de 25 de Setembro de 2002



Ficámos a dormir no Douro Park Hotel , nas Caldas de Arêgos , onde em Julho havia pernoitado e aproveitado uma bela manhã de piscina , depois de um concerto da Mafalda Veiga em Cinfães , onde recebemos no camarim pessoas de tantos lados das margens do Douro e por aí fora até ao Porto ou a Lamego.
No regresso a casa não resistimos a um almoço ao ar livre no buffet da Estalagem do Porto Antigo, ali mesmo sobre o rio Douro :)



Cinfães do Douro






Caldas de Arêgos







O monte verde do outro lado do rio ardeu todo entretanto :(


Porto Antigo






Todo um Douro que fiquei com tanta vontade de descobrir. Talvez para o ano, lá para Setembro ...

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