
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogofátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora !
Fernando Pessoa
( Uma noite desta semana , de repente e não mais do que isso , tive uma enorme vontade de reler alguns poemas de Fernando Pessoa, que estavam disfarçadamente escondidos na minha memória .Este podia ter sido escrito hoje. A foto fui buscá-la ao blog : olhares.
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