segunda-feira, outubro 20, 2008

Disfrutar

Pelo que aqui antes escrevi até parece que passei o fim de semana a ver televisão , mas não é de todo verdade. Bastou-me perder uns escassos minutos a fazer “zapping” e descobrir estes dois “tesourinhos hiper deprimentes “ para me dedicar a tanto assunto de ordem pessoal que tenho para tratar. Para além disso , saí mesmo de casa vencendo a vontade de ficar a “anhar” no sofá ( o que é sempre tão bom ) e valeu a pena.

No sábado à noite fui até ao Coliseu assistir ao concerto da Aimee Mann , pois só conheço o seu trabalho em disco e nunca a tinha ouvido ao vivo. Tinha curiosidade...

Perdi a primeira parte , preenchida com a actuação do Tiago Bettencourt e não sabia o que esperar da Aimee ao vivo , mas não tardei a perceber. Um espectáculo despido de encenação e de artifícios. Aimee Man e 4 músicos em palco , nem o estrado da bateria tinha saia preta. E numa época em que a imagem supera tudo o mais , soube-me mesmo bem estar ali apenas pela música.

Ela igual a si própria e , afinal , mais não seria de esperar. Aborrecem-me os comentários de alguns colegas de profissão dizer que é um espectáculo lamechas. Não, não é. É Aimee Man na voz e guitarra acústica e um quarteto muito eficaz , com dois teclistas ( que não disparam sons, tocam-nos ) a criar uma dinâmica absolutamente incrível , substituindo as guitarras e cordas ausentes e tocar toda uma base de sons que fazem todo o sentido , um baixista ( que também toca um mini wurlitzer e canta ) muito eficaz e um baterista ( com um kit de bateria muito interessante ) de se lhe tirar o chapeú , que dá espaço para as canções , nunca se sobrepondo às mesmas , de uma descrição implacável. Encheu-me a alma , pela simplicidade ( por muito complexo que possa ser todo o trabalho prévio que está dentro daqueles teclados e computadores ) e pelo prazer da música que emanava daquele palco.



A sala estava cheia de lugares vazios , talvez mais de metade da lotação. Os lugares de cadeiras de orquestra e plateia , esses sim , estavam compostos, por um público entregue à música de Aimee Mann. É pena que sejam tão poucos e não , não me venham com conversas da crise. A crise não é de hoje , nem de há duas / três semanas . A crise vem de há longo ... parece é que de repente se resolveu promover a crise , talvez porque seja conveniente para justificar tanto buraco financeiro , os despedimentos , etc. A crise económica há muito, que para quem tem de trabalhar para o seu ganha pão diário , cá anda . Mas a pior crise de todas ainda é a dos valores e a cultural :(

Saí do Coliseu a sentir-me leve( de cheia ) e feliz, como noutros tempos em que ia ao Coliseu assistir a um espectáculo de música e não de vaidades. E não fosse a companhia estar cansada e querer ir para casa , tinha-me aventurado noite fora , porque isto de viver só para trabalhar também não pode ser .

Entretanto , domingo à tarde , depois de uma noite bem descansada como há muito não tinha, fui finalmente com o Mário visitar o recente Museu do Oriente . Já chegámos tarde , mas ainda conseguimos ver as duas exposições permanentes ( Presença portuguesa na Ásia e Deuses da Ásia ) e a temporária ( Máscaras da Ásia ). Gostei bastante das exposições , assim como do espaço do Museu , antigo armazém frigorífico de Alcântara , embora não tenha tido oportunidade de o visitar pelo todo.

Surpreendeu-me o programa do museu que integra espectáculos , cinema , actividades diversas tais como “ Domingos no museu em família “ , visitas escolares , oficinas , workshops , cursos ( como o de introdução ao estudo da língua e cultura chinesas ), seminários , “celebração do solistício de inverno “ , “Festa da Tailândia “, “Festa do livro do Museu do Oriente “ , enfim , um sem número de propostas interessantes pelas quais vale a pena consultar a agenda trimestral de Outubro / Novembro / Dezembro.

Para além das salas de exposições , o museu ainda dispõe de um auditório , um salão ( Macau), centro de reuniões , centro de documentação , serviço educativo , loja , bem como cafetaria e um restaurante com vista para o Tejo, o qual serve buffet ao almoço e menu de degustação oriental ao jantar ( este não me escapa na próxima visita , que espero seja em breve ). E ainda para quem tem filhos pequenos , o museu organiza festas de aniversário :/

O museu fecha às 3ªs feiras e está aberto todos os dias das 10h às 18h , sendo que às 6ªas feiras está aberto também das 18h às 22h com acesso gratuito neste horário.

Saímos do museu já passava das 18h e o sol continuava a brilhar , mas também chovia e, mesmo ali , da 24 de Julho raiava um arco íris lindo que me fez sorrir e lembrar que afinal nem tudo é mau , que gosto muito da minha cidade e que , mais uma vez , as coisas simples da vida são aquelas a que devemos dar importância.






Não resistimos a ver o por do sol da capela do Restelo e, já que andávamos por aqueles lados , passámos em casa da Inês , para lhe darmos um abraço cheio de saudade :/



1 comentário:

ines disse...

Gostei muito da vossa visita...estava cheia de saudadinhas e o marocas esta td giraço=)
Beijinhos*