quarta-feira, agosto 22, 2007

Um cantinho algarvio

No sábado estive em Loulé.
Sempre que me falam em trabalho no Algarve , até me arrepio . É que de uma forma geral ( e repito GERAL ) não gosto desta zona do País.
No entanto , Loulé , mantém-se uma cidade acolhedora , talvez por não estar mesmo à beira mar. Há uns valentes anos que ali não ia ( desde Dezembro de 94 quando fiz um concerto com o Jorge Palma no Dia Mundial da Sida , numa antiga fábrica de pão , onde ainda se conservavam os fornos , nos quais , nesse dia , se aquecia o berbigão para de seguida o comer ao natural ).

Carlos do Carmo e Camané actuaram com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa ( 35 elementos ) no Parque Municipal , no âmbito dos concertos Allgarve. O espaço era bastante acolhedor ( sem pó e abrigado do vento que nessa noite até estava calminho ) . As entradas eram pagas, confinadas aos lugares sentados . Foi necessário aumentar o número de cadeiras e , por fim , venderam-se bilhetes em pé para quem assim o quis , pois a afluência de público superou em muito as expectativas ( curiosamente , em Óbidos , no Castelo , com o Lado a Lado sucedeu o mesmo , mas aí estava um vendaval que chegou a colocar em causa a realização do espectáculo ).
Eu estava preocupada com o cumprimento de horários , a disposição da orquestra e tudo mais , mas com a preciosa ajuda do Helder e do Xico Grilo , tudo correu sobre rodas ( já para não falar do trabalho de escritório e depois no local , coordenado com a Vachier & Associados , nas pessoas do Alain e do Paulo com quem gostei de trabalhar ).
Apesar de um público tipicamente de Algarve ou seja , não muito entusiasta , até achei que este reagiu muito bem ao concerto , que acabou com um “encore” extenso, verdadeiramente improvisado pelo Carlos do Carmo , para surpresa do Camané que se deixou levar.
E a noite prolongou-se com autógrafos e entrevistas .
Apesar da insistência do Alain , que estava levado da breca , não fiquei a dormir em Loulé . Regressei a casa , feliz , pelo dever cumprido.

Uma grande surpresa do dia , foi a escolha de Carlos do Carmo relativa ao restaurante onde se iria jantar e onde também acabei por almoçar . O restaurante da Pensão Avenida Velha ** ( Av. José da Costa Mealha , 40 – 8100-501 Loulé – Tel. 289 416 735 ) , da familia Anacleto. Daqueles lugares como já poucos se encontram, familiares , tipicos de filme italiano. Uma sala acolhedora , no primeiro andar da pensão , com as paredes repletas de recordações e fotografias de décadas ( quem pela rua principal de Loulé passa , não dirá que ali existe aquele lugar ). A especialidade são as cataplanas , da mulher do Sr. Vasco , transmontana que casou com um algarvio. A minha eleição foi a cataplana de feijoada do mar. A algarvia , a caldeirada também eram muito boas , mas a de feijão...



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