Dias cheios

E está a chegar o mês de Maio , quando tudo se complica. Quando as 24 horas do dia são mesmo poucas para o que há para fazer.
Este meu fim do mês está a ser de doidos , ainda para mais , porque praticamente não vou estar no escritório toda semana e ontem também não estive. Por isso , hoje foi mais uma noitada , graças ao “dá-me asas “. Só que hoje não voltei para casa sem antes ir comprar pão quente e , pelo caminho, ainda fiz a distribuição do pão em casa da minha mãe :)

Mas eu gosto destas alturas mais cheias , porque os dias não se passam sempre no escritório de volta do telefone e do computador , mas também por esse Portugal fora, na companhia de pessoas que acabam por ser um pouco a nossa familia e com quem há sempre ideias e experiências interessantes para trocar , como ontem por exemplo.
Sim , ontem , 6ª feira ( é que para mim ainda é sábado ) , tive de novo concerto com o Carlos do Carmo . Foi na Figueira da Foz, num evento privado , no Casino e foi , para mim , um prazer partilhar com ele a saudade e as histórias de alguns amigos . E tudo começou por causa das fotografias que se encontram expostas no 1º balcão da sala . Fotografias de Amália, Herminia Silva , Madalena Iglésias , António Calvário ... do próprio Carlos e também de alguém muito especial na carreira de Carlos do Carmo : Mário Simões , músico que trabalhou para aquele Casino até ao fim dos seus dias e com quem o Carlos gravou o seu primeiro fado , um grande sucesso de rádio. Foi também por seu intermédio que o Carlos actuou por diversas vezes na referida sala, uma delas com o Júlio Iglésias a abrir o espectáculo , numa altura em que os espanhóis frequentavam muito a Praia da Figueira e o Júlio dava os primeiros passos como cantor. Estar com o Carlos do Carmo e com o seu guitarrista, octagenário, José Maria Nóbrega , é disfrutar da história do fado e por instantes fazer parte dela. E faz-me ter saudades do meu pai e das suas ( nossas ) histórias.

Também ontem a Mafalda se deslocou a Paços de Ferreira , para uma tertúlia sobre a escrita de canções , uma iniciativa do jornalista Tito Couto , primo do escritor moçambicano. E eu não fui , só porque não consigo mesmo multiplicar-me, mas sei que perdi mais uma daquelas noites especiais , quando as chatices do Mundo ficam lá fora na rua e toda a gente na sala se sente bem vinda e aconchegada, só pela partilha. Sei também que fui bem representada pela minha querida Janica que entrou nos 26 anos , na companhia de gente muito querida.

E 3ª feira estarei em Almada com os GNR , com quem viajo para os Açores na 5ª feira para um concerto no dia seguinte na Semana Académica de Ponta Delgada , de onde só regressarei sábado à noite , o que significa que nesse dia o cozido nas Furnas não me escapa :/
Pelo meio , na 4ª feira , vou até Leiria com a Lena para o nosso primeiro concerto dos Tara Perdida , também na Semana Académica. Vai ser uma noite em grande. Não sei é se ainda me aguento à bronca. É que os meus dias de Censurados já lá vão há uns 14 anos...

Haja saúde .
Haja vida , como diz o Furtado da Povoação :/