quinta-feira, abril 06, 2006

Dose tripla

6ª feira , 31 de Março – Luis Represas no CCB



Fui ao concerto com a Janica e com o Mário , que não poderia deixar de ir ver o “men” ( um dia o Represas chamou-o de “men” e assim ficou ), até porque para além da música , a empatia que o Mário sente por ele deriva do facto de fazerem anos no mesmo dia.

Parte da minha adolescência foi vivida ao som dos Trovante e por isso fica sempre aquela saudade... é como aquele amigo que não se vê há muitos anos , que até pode já não ter muito em comum connosco , mas que acaba por estar sempre cá.

O espectáculo começou com o tema “Menina das 7 saias” e fiquei toda arrepiada. Não esperava e soube tão bem :)
Seguiram-se cerca de duas horas e meia de espectáculo , cujo alinhamento foi muito bem pensado , com momentos diferentes que criaram um ritmo interessante , fazendo com que o tempo passasse sem nos apercebermos.
Gostei especialmente dos momentos mais acústicos , com o Luis sózinho à guitarra , com o Luis na companhia do João Gil ( que estava muito divertido e modernaço ) e ainda os duetos com o Pablo Milanés a culminar com a “Feiticeira” ( há muitos anos assisti a um concerto do Pablo Milanés no Coliseu dos Recreios e desta vez , a sua actuação a solo , não me surpreendeu por aí além. Pareceu-me menos emotivo , mais distante , mais cansado talvez ).
Os músicos cubanos , convidados , brilharam num dueto de piano e cajón .
A banda , essa , esteve irrepreensível , como sempre , mesmo nos temas com mais arranjos e que fogem um pouco do meu gosto musical ( o Nanutu,saxofonista , foi uma presença indispensável , não só pelo músico que é , mas também pela sua boa energia).
O Luis esteve ele próprio , cheio de emoção e feliz ( foi bom senti-lo assim ).
Surpreendente foi o trabalho de iluminação da Fundição , concebido pelo Pedro Leston e o Pedro Rua e ainda o do videasta João Carrilho – espero que , desta vez , as filmagens e a montagem do DVD possam mostrar aquilo que vocês fizeram – parabéns , amigos.
Nesse dia , o espectáculo contou ainda com uma presença especial – a do Dr. Jorge Sampaio , a quem o Luis Represas se dirigiu com palavras de amizade e gratidão , fazendo levantar o público , que o aplaudiu , como se ainda fosse o nosso Presidente ( e não será ? ) ; uma emoção que este não conseguiu conter .
No final , a confusão normal pelos camarins e um abraço a tanta gente que não via há muito tempo.
Parabéns Luis pelos teus 30 anos de carreira.


Sábado , 1 de Abril – Hands on Approach na Universidade Lusófona



Por uma série de imprevistos que surgiram durante a passada semana , assim de repente, fui destacada para ser road manager dos HANDS ON APPROACH , para o espectáculo na Universidade Lusófona , em Lisboa.
Apesar de ser um grupo da casa , não conhecia nenhum dos músicos , mas podia sempre contar com o facto de estar com uma equipa técnica “familiar”, o que já ajuda.
Inteirei-me do processo na véspera ( 6ª feira ) e organizei tudo o melhor que pude , enviando os meus mails detalhados ( que uns tanto gostam e outros tanto criticam por serem tão pormenorizados , mas não me interessa. Gosto de dar a informação completa ou o mais completa possível a quem está envolvido no espectáculo ).
Mentalizei-me para eventuais confusões de produção , pois para além do espectáculo da banda , tocavam também no mesmo palco os Rockweiller , Boite Zuleica e Jim Dungo , terminando a noite com um DJ , apesar de estarem garantidas áreas de serviço.

Cheguei 30m antes da hora prevista para a montagem do “nosso” backline , pois nestas ocasiões gosto de chegar sempre antes ( não vá o diabo tecê-las).
E valeu a pena . Primeiro, porque os Boite Zuleica ( do Porto ) atrasaram-se e fomos adiantando trabalho , invertendo a ordem do ensaio , o que foi possível pelo facto das mesas serem digitais e nenhum dos grupos ser o primeiro a actuar. Segundo, porque as tais áreas de serviço tinham capacidade apenas para colocar a mesa de monitores de um lado e uma bateria do outro. Terceiro, porque o produtor ( um bom rapaz da minha idade, mas bastante menos preocupado do que eu ) não tinha contratado stage manager e nem se preocupou com o facto. Ora , quem tomou as rédeas da coisa fui eu , em coordenação com o Zé Costa da Banzé ( road manager dos Boite Zuleica ) que ao chegar ao recinto pensava que eu era a stage manager ( eu devo ter mesmo ar de chefe . Já nos restaurantes , mesmo que eu não diga nada , a conta vem sempre para eu pagar ).
Foi um trabalho extra , sem remuneração , que ajudou a que tudo fosse possível e que fiz sem me chatear e sem reclamar ( devia estar mesmo muito bem disposta ).

O jantar valeu pela victória do Sporting e caiu a noite...o pavilhão vazio...
As duas primeiras bandas ( Rockweiller e Boite Zuleica ) actuaram perante uma audiência de cerca de 50 pessoas.
O som , naquele pavilhão , é do pior que se possa imaginar e tive pena porque os Boite Zuleica pareceram-ne uma banda muito interessante. Fiquei com curiosidade para voltar a ver noutras condições ( um auditório seria o ideal ).
A banda e toda a equipa eram muito simpáticos e houve um agradável e saudável convivio com a nossa equipa , o que nem sempre é vulgar , infelizmente , quando se tratam de grupos de agências diferentes.
No sábado à noite não houve espaço para essas idiotices :/

A mudança de palco para os HANDS ON APPROACH , coordenada por mim e pelo Zé Costa deu-se ( apesar de um acidente de percurso com a bateria dos Jim Dungo que ainda actuaram de seguida , mas que só teve a haver com um erro da empresa de som residente ) e a banda entrou em palco sem backline alheio montado ( consegui ! ) .
Por esta altura estariam cerca de 400 pessoas no recinto e mais não apareceram.
O espectáculo foi , para mim , uma agradável surpresa , tendo em conta que os HANDS ON APPROACH só agora estão a voltar a tocar. O público gostou e a Associação de Estudantes ficou satisfeita – parece que esta iniciativa foi interrompida há 4 anos e só este ano foi retomada , pelo que não foi fácil mobilizar gente ( e há sempre a desculpa do futebol ) . Na minha franca opinião , eu acho é que Lisboa não tem qualquer espirito , nem tradição académica. Todos os eventos produzidos em Lisboa por estudantes dão raia, à excepção do Instituto Superior Técnico que mantém o evento “Arraial do Técnico” há já bastantes anos e conseguiu criar um culto à sua volta. Lembro-me que há uns anos atrás , no Porto , também se faziam duas queimas das fitas e nenhuma delas tinha grande êxito e só depois de todos os estudantes se terem associado e começado a produzir a queima através da FAP ( Federação Académica do Porto ) é que o evento começou a crescer, sendo hoje a maior queima do País , ultrapassando a de Coimbra e atingindo lucros inimagináveis.

A noite acabou em convivio ora pelos camarins ( essa parte estava toda em ordem ) , ora pelos bares , ora ao som dos Jim Dungo.

Foi um dia estafante , mas soube bem :)


Domingo , 2 de Abril – Boss AC no Coliseu dos Recreios



Pois este concerto foi prometido ao meu filho e resolvi convidar também os seus amigos Nuno e Inês e ainda o meu sobrinho-neto Tomás e a minha amiga Ju.
Graças à minha querida amiga Maria João , ficámos num camarote , pois com os miúdos sempre é menos cansativo e mais seguro.

A sala não esgotou , o que foi pena , mas compreensível , visto a agência do Boss AC ter aceite concertos na área de Lisboa , com entradas livres , em datas muito próximas deste. Mas , a malta estava animada e pronta a receber o Boss.
O concerto contou com muitos Artistas e músicos convidados , em tom de festa. Gostei , mas não tanto quanto esperava , face a um disco que realmente é muito bom ( o espectáculo de estrada , que conta apenas com a banda do Boss Ac e o Guto deve ser bem mais directo e eficaz e já me disseram que assim é ). Para além disso , achei a produção , a nível técnico pobre , mas isso não há muito a fazer quando não há dinheiro e não se conseguem patrocinios ( porque estes também são sempre atribuídos aos mesmos ).

Ao terceiro tema tinha o Tomás a dormir , mas como ainda é pequenino , conseguimos fazer-lhe uma cama , juntando 3 cadeiras do camarote e ainda antes do concerto terminar os pais foram buscá-lo. Depois disso e já nos últimos temas do espectáculo , o Mário e a Inês quiseram ir curtir para a plateia e lá fomos nós.
Encontrámos alguns elementos dos Da Weasel e lá ficou o Mário com o seu amigo Quaresma a curtir o som ( o meu rapaz é muito descontraído e um companheiro bestial nestas coisas ).
O espectáculo terminou com um tema que não faz o Boss AC esquecer as suas raízes “Saudade” e com o público a cantar e a baloiçar-se ao som de uma música bem diferente.

De seguida , deixei os amigos do Mário em casa e não via a hora de ir descansar um pouco antes que fosse de manhã e de começar mais uma semana louca de trabalho.

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