
...de andar descalça na terra.
...de me rebolar na erva cheia de florzinhas amarelas.
...de apanhar caracóis.
...das "bocas de lobo" e das "cravinas de poeta".
...de comer figos da árvore.
...de ir às Cerejas a Soeiro Cunhado.
...de no final de Setembro apanhar nozes e tirar-lhe a "capa" que as envolve
( ia sempre para a escola com as mãos acastanhadas ) .
...do mel das nossas abelhas.
...da lenha e da lareira.
...de ir buscar a água ao poço.
...de ir buscar o leite acabado de ordenhar.
...de molhar o dedo na aguardente do meu pai.
...da mesa de madeira comprida debaixo do telheiro, que ao fim-de-semana
se enchia de familia e gente amiga.
...das queimadas ao fim do dia.
...de ir à missa e querer comungar ( mesmo sem ter a 1ª comunhão ).
...dos bailes da Casa do Povo.
...das rifas ( quase sempre em branco ).
...dos leilões promovidos pela minha mãe ( para a Casa do Povo ).
...da pamplona.
...da matança do porco , à qual eu não assistia.
...dos teatros de marionetes.
...das óperas ( de faca e alguidar ).
...dos animais ( sobretudo os cavalos ) , dos moínhos e das "charretes" da Quinta da Bela Vista.
...da piscina dos Sucena Paiva.
...dos banhos de mangueira.
...da televisão a preto e branco com um filtro azul , vermelho , verde ou
amarelo , nas casas dos vizinhos.
...do café da Perna de Pau.
...da mercearia do Sr. Manel.
...da Pharmácia.
...do Helder a ensinar-me a andar de bicicleta.
...dos olhos azuis do Sr. Joaquim e da Matilde.
...das gentes.
Tenho saudades de CARMÕES ( S. Domingos de Carmões ).
4 comentários:
E as saudades são mesmo isso: do que já foi, do que ficou lá. E, também em mim, as saudades estão longe, no espaço, no lugar que nos trouxe, que nos formou e que nos libertou. Mas é sempre lá que nos sentimos em casa. Não é isto?
imaginar-te a molhar do dedo na aguardente do teu pai é divertido e fácil. e de rir? eu sempre que te imagino imagino-te a rir, ou quando penso em ti estás a rir no meu pensamento.
vendo por outro lado, ainda bem que n escreveste isso aqui, significa que não é passado mas sim presente, e tu sem a tua gargakhada não eras tu.
*coisas boas
S. Domingos de Carmões 10.08.2007
Ana, um amigo leu-me o teu blog e mostrou-me,sou a Matilde que tu falas, a mãe do Helder. Gostaria muito de te ver novamente, serás bem vinda quando poderes e se quiseres. Beijinhos da Matilde e familia.
Querida Matilde . Não tenho tido tempo para vir ao blog e acabo de chegar a casa - são quase 5 e meia da manhã. Ao ver os meus mails , não imaginas a alegria que me invadiu quando li o teu comentário a este post. Quero muito ir visitar-vos , mas até meados de Setembro as coisas não estão fáceis... Entretanto recebi um mail do teu amigo Carlos a quem vou responder e deixar os meus contactos. Um abraço com saudade , ana.
PS :
Lembro-me tão bem das festas em tua casa com a mesa recheada de coisas boas :/
Tens fotografias dessa época ?
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